Anteontem, no Caderno 2 do Estadão, o escritor Ignácio de Loyola Brandão – um dos sujeitos mais lúcidos que escrevem nestes nossos dias – publicou uma crônica falando sobre a 1ª Feira de Livros de São Luís. Acho todas as crônicas do Loyola saborosas e enriquecedoras para a alma; mas nesta, em particular, apreciei as palavras que descrevem São Luís e sua feira.
Estive em São Luís há dez anos, lançando meu livro Onde foi parar a luz da manhã?
Como Loyola, eu me extasiei com a beleza da cidade e a avidez por leitura do público ludovicense (mais uma que eu aprendo !) E não posso deixar de citar as palavras do cronista: São Luís é Patrimônio Histórico e o povo carinhoso recebeu com afeto os escritores e compareceu com entusiasmo à feira, muito bem localizada. Os maranhenses escolheram um lugar acessível a todos, bem servido por linhas de ônibus, diferente de São Paulo e do Rio de Janeiro. Também diferente foi a gratuidade. Ali não se pagou para entrar e ver livros, esse hábito detestável da bienal paulista.
Acertou na mosca o simpaticíssimo autor de Não verás país nenhum, livro que relançou há pouco e no qual tive a alegria de receber o autógrafo do autor. Está na hora de os profissionais da área questionarem a cobrança de ingresso ao que deveria ser uma grande festa de livros e público, mas que os caros ingressos – e os abusivos preços de estacionamento – tornam acessível apenas a uma parcela mínima do povo paulistano. Não se justifica cobrar para que se entre num pavilhão e se olhe vitrines e prateleiras lotadas de livros, tendo gastado com a entrada o que poderia ser dispendido com as leituras. Aí está o exemplo de São Luís, divulgado pelo Loyola, de que é viável, sim, fazer-se uma grande feira com o ingresso liberado a todos.
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