Janeiro lá se foi, mas deixou uma alegria: desta vez, comomorei o aniversário de São Paulo no próprio lugar em que a cidade nasceu, isto é: no Pátio do Colégio - ou, como ainda hoje se escreve, Pateo do Collegio. Estive lá com meu marido, uma prima e um cunhado, em um evento do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, que incluiu uma sessão solene na Capela do Pátio, dedicada a Anchieta, um delicioso café ao som das apresentações de violão e canto (apresentando MPB antiga) e o lançamento do livro do historiador Hernani Donato, "Pateo do Collegio, coraçao de São Paulo". Fomos representar oficialmente na solenidade a família de Benedicto Calixto de Jesus, antigo membro do Instituto Histórico e que tanto retratou nossa cidade no passado.
Foi emocionante ouvir as falas dos palestrantes e imaginar, naquele exato local, 454 anos antes, os jesuítas comemorando o erguimento da capela, que para eles era casa, local de oração e colégio. Há cidades que nascem de uma feira, outras começam numa igreja, outras são inauguradas por desbravadores e conquistadores. São Paulo nasceu de uma escola... talvez isso explique a inconfundível vocação didática desta cidade, que, enquanto cresce, ensina - às vezes de maneira dura, até cruel, mas ensina sempre, para quem está disposto a aprender.
São Paulo é imensa, é múltipla, é mutante. Uma citação antiga dizia: "São Paulo não pode parar..." Mas nao é verdade; a cidade pára, às vezes, como parou naquela tarde em que nós também paramos para pensar nos séculos repletos de ensinamentos que se passaram - desde um dia distante, na colina entre o Tamanduateí e o Anhangabaú, em que um punhado de missionários egueram uma casinha de pau-a-pique e a chamaram Collegio.
Em tempo: a foto acima é de Gilberto Calixto Rios, irmão de meu marido Celso.
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008
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