O autor, que faleceu na semana passada, foi um dos 3 pilares do chamado ABC da Ficção Científica: Asimov, Bradbury, Clarke. Li esses 3 – mais H.G.Wells – na década de 70, e é difícil pensar em autores mais influentes no imaginário do leitor. Eles mantinham aceso o maravilhamento que nós tínhamos na época a respeito da exploração do espaço... a sensação de que o futuro era algo incrível, em que haveria paz, harmonia e a ciência solucionaria todos os problemas. O mesmo deslumbramento de quem esperou até a madrugada diante da TV para ver Neil Armstrong pisar na Lua; de quem sonhou que o século XXIII concebido por Gene Rodenberry se tornasse real. Viajar pelo espaço infinito, indo onde nenhum homem jamais esteve, sabendo que a Terra deixada para trás era um mundo pacífico e sem guerras – e, quem sabe, flutuar na gravidade zero ao som do Danúbio Azul de Strauss...
Fica aqui minha homenagem a um dos autores que um dia me despertaram esses sentimentos, e que acreditavam no futuro do ser humano. Um sujeito como Clarke, que apesar de ser mundialmente famoso, como autor do maior clássico de FC de todos os tempos, optou por ir morar não em Paris, Londres ou New York, mas no Sri Lanka, um país sem o glamour das grandes capitais mas cheio de tradição e espiritualidade. Hail, Arthur. Não foi à toa que você recebeu o nome do maior de todos os Reis míticos, o que foi e o que será. Eu o saúdo.